António Ferreira é estudante na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e esteve, entre 16 e 20 de junho passado, em Tallin, no palco da maior conferência mundial de redes académicas – a TNC19. O desafio foi lançado pela GÉANT a todos as Redes Europeias de Ensino e Investigação e foi mais uma vez operacionalizado em Portugal pela FCCN. Não é a primeira vez que a UTAD vê alunos seus entre os selecionados para aproveitar todas as vantagens de ser escolhido para participar como orador nas “Lightning Talks” da TNC. Para António Ferreira a experiência “foi gratificante” e “teve impacto na minha pessoa conseguir fazer uma apresentação nesta conferência”, explica.

Como surgiu a possibilidade de participar na TNC 2019?

A possibilidade surgiu através do meu orientador Emanuel Peres. Ele conhece bem o concurso,  pois no passado teve alunos dele a representar outros trabalhos, como por exemplo o José Brito. Quando o concurso abriu o meu orientador disse que seria bom eu participar e enviar um documento, assim o fiz com ajuda de ambos os meus orientadores, Emanuel Peres e Telmo Adão.

Podes descrever-nos o âmbito e objeto da comunicação que realizaste? 

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O meu projeto é sobre construir uma ferramenta de machine learning para identificação de espécies florestais e agrícolas. Estando a estudar na Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro tenho um enorme privilégio de estar rodeado de espécies florestais sempre que entro no campus, e não só. A Região do Douro é rica em espécies de castas que precisam de ser identificadas. O meu projeto nasceu da necessidade de uma ferramenta que consiga ajudar as pessoas na identificação destas espécies.

Como descreves não apenas os minutos da apresentação mas toda a experiência? 

A minha experiência foi toda uma montanha russa de emoções, pois estava ansioso para assistir a todas as apresentações que a conferência me oferecia mas sempre que estava sentado nas cadeiras do público, enquanto via outras pessoas a falarem no palco, eu olhava para o lado e via imensas pessoas, eram à volta de seiscentas – se não estou em erro – e pensava “eu ainda vou ter que apresentar perante estas pessoas todas”. E ficava com algum medo de me esquecer de algo que tinha de dizer durante a apresentação, portanto admito que no segundo dia da conferência, que foi o primeiro do Lightning Talk Challenge, não consegui tirar muito proveito, até apresentar, pois estava ansioso. Durante a hora de almoço, eu e mais alguns apresentadores do desafio, tivemos a oportunidade de testar a apresentação, o que foi muito bom, pois deu para ter a percepção do que podia ou não fazer. Por exemplo: ambos os microfones eram direccionais, então eu se andasse vinte centímetros para o lado ninguém me ouvia, devido a esse teste fui logo com a ideia de ‘ficar plantado’ mesmo à frente do microfone para não estragar logo tudo. Quando começaram as apresentações de cinco minutos foi complicado, pois nunca fiz uma apresentação para mais de cinquenta pessoas, quanto mais seiscentas. Estava nervoso, mas mal subi ao palco e comecei a falar, foi diferente, estava ansioso e ao mesmo tempo estava confiante, pois eu vi pessoas a sorrir (a minha apresentação tinha um pouco de humor), outras a acenarem, foi um momento inspirador,AFerreira 4512 FCCN Unidade de Computação fiquei feliz durante a apresentação e senti-me confiante, nem me esqueci de respirar! (eu tinha apontamentos nos cartões para me relembrarem de respirar, pois eu quando fico ansioso começo a falar super rápido e ninguém me percebe).

Quando acabei a apresentação foi tudo diferente, fui ver tudo o que podia, adorei a conferência, conheci pessoas novas, falei sobre o meu projeto com pessoas que nunca tinha antes visto, questionei outros apresentadores sobre os seus projetos, foi tudo bom, não só a conferência, como a própria cidade de Tallinn que é muito bonita.

 

Sentes que o público da TCN19 se interessou pelo teu projeto?

Eu sinto que o público esteve atento e gostou, claramente que nem todos têm um interesse em machine learning ou agricultura, mas penso que no total as pessoas gostaram e essa foi a impressão que tive. Assim que tivemos intervalo e mesmo durante os outros dias tive pessoas do público a interagirem comigo, a questionarem-me sobre o meu projeto, outras a elogiarem a apresentação em si, a reação foi positiva a meu ver.

De que forma pode este momento ter impacto no futuro? 

Este momento já teve impacto na minha pessoa, pois é gratificante conseguir fazer uma apresentação nesta conferência e aumentou a minha confiança para próximas apresentações ou mesmo para comunicar em Língua Inglesa.

O Video da apresentação do António poderá ser visualizado neste link (a partir do minuto 59).

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