Será o primeiro supercomputador europeu a quebrar a barreira exascale, poucos dias depois de ter sido anunciada a primeira máquina (do mundo) a conseguir fazê-lo. A instalação está prevista já para 2023, na Alemanha.
“Jupiter”, a sigla para “Joint Undertaking Pioneer for Innovative and Transformative Exascale Research”, foi a designação escolhida para o primeiro supercomputador europeu com capacidade de realizar mais de um trilião de operações por segundo. Seriam necessários cerca de 5 milhões de computadores portáteis ou PC’s modernos para conseguir igualar o poder desta máquina.
Foi anunciado, durante a inauguração do LUMI – o atual supercomputador (pré-exascale) mais rápido da Europa e o terceiro a nível mundial – que Jupiter ficará na Alemanha. A construção de uma estrutura própria, no campus Forschungszentrum Jülich, será o primeiro passo para garantir que a instalação, prevista para ter início em 2023, seja cumprida.
A ambição é que, um ano mais tarde, esteja operacional. À semelhança de outros supercomputadores detidos pela entidade, para o Jupiter também se perspetiva uma arquitetura de computação dinâmica e modular. Quer isto dizer que existem módulos aglomerados que garantem uma resposta otimizada a simulações complexas. Esta característica traduz, de igual forma, a possibilidade de integrar futuras tecnologias, como a computação quântica. Para já, fica a garantia de que a Inteligência Artificial será uma das grandes apostas.
Uma dos grandes desafios destas máquinas é o consumo de energia necessário para garantir a sua operação e, nesse sentido, têm sido mobilizados inúmeros esforços para maximizar a eficiência. Jupiter não será diferente. Antecipa-se que a sua potência média ronde os 15 megawatts, tornando-o mais “verde” que o americano Frontier, que também detém o primeiro lugar da lista Green500, com os seus 19 megawatts.
Neste caminho para supercomputadores alinhados com a necessidade de proteger e restaurar o ambiente, espera-se que Jupiter possa ter um lugar no pódio dos mais sustentáveis. O sistema de arrefecimento deverá funcionar com água morna e o “calor residual” será reutilizado.
Esta mais recente aposta para que a Europa seja referência em matéria de supercomputação requer um investimento de 500 milhões de euros, assegurados, em partes iguais, pela Euro HPC JU e pelo Ministério da Investigação e Educação do estado alemão de North Rhine-Westphalia.