A Ciência Aberta é um movimento que tem vindo a ganhar protagonismo durante o século XXI, apresentando várias mais-valias para a sociedade. Saiba mais sobre este conceito e a sua relevância aqui.
Uma melhor Ciência, com mais capacidade de enfrentar desafios globais e em que a Sociedade confia de forma mais plena. É esta a meta prevista pelo conceito de Ciência Aberta, um conjunto de princípios que pretende, como o nome indica, garantir a abertura dos resultados de investigação, facilitando o acesso aos mesmos.
Segundo a Comissão Europeia, “a Ciência Aberta tem como objetivo transformar a Ciência através de ferramentas digitais e redes, tornando a investigação mais aberta, global, colaborativa, criativa e próxima da sociedade”.
O compromisso internacional por uma Ciência Aberta
Tendo em conta a importância destes objetivos, os princípios de Ciência Aberta têm sido vistos como prioritários no desenho de políticas europeias nas áreas da Ciência e Conhecimento.
É possível encontrar um exemplo claro desse compromisso no modelo de contrato para financiamento implementado pela Comissão Europeia no programa Horizon Europe, que estabelece as condições base para garantir financiamento europeu até 2027 para pesquisa e investigação. O documento dá corpo à relevância política deste tema, estabelecendo os princípios de Ciência Aberta como “o modus operandi” deste processo.
Um outro exemplo deste compromisso deu-se em 2021, quando a Comissão Europeia e a Associação EOSC (European Open Science Cloud) estabeleceram uma parceria com vista à implementação desta plataforma de dados de investigação comum, que visa agregar informação pesquisável, acessível, interoperável e reutilizável.
A então Comissária Europeia da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Marya Gabriel, considerou que esta solução permite aos investigadores “encontrar, criar, partilhar e reutilizar formas de conhecimento digital”, que levarão a “novas pistas e inovações”, bem como “maior produtividade e reprodutibilidade”.
No entanto, mais do que um esforço europeu, as iniciativas de promoção da Ciência Aberta têm-se registado em todo o Mundo. Entre os vários exemplos, destaca-se o papel da UNESCO desenvolveu um documento internacional de normalização sobre Ciência Aberta, que propõe um conjunto de ações conducentes a uma operacionalização justa e equitativa da Ciência Aberta.
No mês passado, em jeito de comemoração do Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, defendeu ainda que “uma ciência mais aberta, mais bem financiada e mais equitativa é a ciência de que o mundo necessita urgentemente”, declaração que vem reforçar a pertinência deste tema.
Portugal como impulsionador da Ciência Aberta
Em Portugal, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através da unidade FCCN, tem vindo a desenvolver esforços para a promoção e implementação dos princípios de Ciência Aberta, sendo a organização mandatada para representar os interesses de Portugal no seio da associação EOSC. Conheça aqui todas as iniciativas da unidade FCCN na área da Ciência Aberta: https://webcq.fccn.pt/ciencia-aberta/