Coligação internacional que coordena os esforços para promoção da Ciência Aberta publicou relatório anual. Conheça algumas das principais conquistas de 2022.
Em setembro de 2018, um grupo de entidades financiadoras da atividade científica decidiu adotar uma nova abordagem de acesso aberto: todos os beneficiários de financiamento dessas entidades passariam a publicar os resultados de investigação em publicações sem barreiras pagas (“paywalls”). O movimento foi apelidado de Plano S e assumiu como objetivo “tornar o Acesso Aberto pleno e imediato uma realidade”.
Esta iniciativa nasceu com o apoio da Comissão Europeia e do European Research Council (ERC). Desde então, o movimento evoluiu no sentido da criação de uma coligação internacional – a cOAlition S – que tem vindo a coordenar os esforços de implementação deste plano. A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), é uma das perto de 30 entidades financiadoras que integram esta organização.
2022 foi o quarto ano de atividade desta coligação, sendo possível, através do relatório publicado pela cOAlition S, conhecer algumas das principais conquistas do ano.
Artigos em acesso aberto
Em 2022, cerca de 132.000 artigos resultantes de financiamentos por instituições pertencentes à cOAliton S estão disponíveis em acesso aberto, o que corresponde a 4 em cada 5 artigos (79%). Esta taxa de acesso aberto é significativamente superior àquela observada quando se analisa a publicação a nível global, em que a percentagem de artigos em acesso aberto é de 56%.
Retenção de direitos
2022 foi também marcado pelo lançamento de uma nova campanha no âmbito da Retenção de Direitos com o moto “Publish with Power. Protect your Rights”. Nesta campanha, a mensagem chave transmitida é de que “O acesso aberto beneficia todos. Retenha os seus direitos. É bom para si, para a ciência, e para a sociedade”. A estratégia de retenção de direitos possibilita aos autores depositarem uma cópia dos seus manuscritos aceites (AAM – Author Accepted Manuscript”) num repositório de acesso aberto no momento da publicação. No âmbito desta campanha foram disponibilizados diversos recursos online, com o intuito de ajudar a comunidade de investigadores a ficarem mais familiarizados com a retenção de direitos.
O “modelo diamante”
Em 2022, a cOAlition S, a Science Europe, a OPERAS e a ANR (Agência Nacional de Investigação francesa) publicaram o Plano de Ação para Acesso Aberto Diamante (Action Plan for Diamond Open Access), com o objetivo de ajudar a desenvolver e expandir este ecossistema de comunicação académica de base comunitária. O Acesso Aberto ‘Diamante’ é um modelo de publicação académica em que as revistas e as plataformas não cobram taxas nem a autores nem a leitores.