Ao longo dos últimos quatro anos, um grupo de entidades financiadoras de atividade científica tem trabalhado em conjunto com um objetivo – garantir que os resultados de investigação financiada publicamente são disponibilizados em acesso aberto. Saiba mais sobre a história do Plano S.
Ao longo dos últimos quatro anos, um grupo de entidades financiadoras de atividade científica tem trabalhado em conjunto com um objetivo: garantir que os resultados de investigação financiada publicamente são disponibilizados em acesso aberto. Saiba mais sobre a história do Plano S.
Em setembro de 2018, um grupo de entidades financiadoras da atividade científica decidiu adoptar uma nova política de acesso aberto: todos os beneficiários de financiamento dessas entidades passariam a ser obrigados a publicar os resultados de investigação em publicações sem barreiras pagas (“paywalls”). O movimento foi apelidado de “Plano S” assumiu como objetivo “tornar o Acesso Aberto imediato e completo uma realidade”.
Inicialmente, esta decisão nasceu no seio da Comissão Europeia, tendo sido desenvolvida pela associação Science Europe. Desde então, o movimento evoluiu no sentido da criação de uma coligação internacional – a cOAlition S – que tem vindo a coordenar os esforços de implementação deste plano. A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através da sua unidade FCCN, é uma das 20 entidades financiadoras que integram esta organização.
A organização assume 10 princípios base com vista a um objetivo: fazer com que todos os resultados de investigação financiada por entidades públicas (regionais, nacionais ou internacionais) sejam publicados em revistas ou plataformas de acesso aberto ou disponibilizados, sem embargo, através de repositórios de Acesso Aberto, como o RCAAP.
Na base do Plano S está a ideia de que “a universalidade é um princípio fundamental da Ciência”, ou seja, de que “apenas resultados que possam ser discutidos, desafiados e, quando apropriado, testados e reproduzidos por outros se qualificam como científicos”. Considera-se que, em pleno século XXI “nenhum tipo de Ciência deve estar aprisionada atrás de paywalls”.
O Plano S em Portugal
Em Portugal, a FCT tem trabalhado na implementação do Plano S, estando previsto que este processo esteja finalizado no decurso do terceiro trimestre de 2022. Ao longo do ano de 2021, a FCT negociou com a maioria dos editores presentes na b-on, contratos que garantem aos autores de instituições b-on, nas condições negociadas com cada um desses editores, a publicação em acesso aberto, sem custos adicionais.
Já durante o ano de 2022, têm também sido desenvolvidos esforços para preparar a comunidade de investigação para o novo paradigma do acesso aberto.
Ainda durante 2022, a FCT operará a revisão e posterior divulgação da sua Política de Acesso Aberto/Ciência Aberta, com a consequente atualização de regulamentos e operacionalização de novos contratos.
Em colaboração com a Comissão Europeia e as entidades aderentes, a cOAlition S procura coordenar a implementação dos princípios de Ciência Aberta defendidos pelo Plano S. A organização deixa um convite a todas as entidades financiadoras da atividade científica, públicas e privadas: “juntem-se à cOAlition S”.