Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, inaugura em Bragança e Vila Real, os primeiros passos do projeto RCTS100 – uma iniciativa da Unidade FCCN que vai alargar a pegada de fibra ótica da rede académica nacional (Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade – RCTS)
Foram inaugurados, em Bragança e Vila Real, dois upgrades de acesso à rede académica nacional. As cerimónias de inauguração, que contaram com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, assinalam um aumento de velocidade de 400% (de 2Gbps para 10Gbps), estando ainda prevista a ampliação da ligação para 100Gbps, até setembro de 2021.
Estes melhoramentos estão incluídos no projeto RCTS100* da Unidade de Computação Científica Nacional da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (Unidade FCCN), responsável pela operação e gestão da Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS). Através desta iniciativa, realizada ao abrigo do Roteiro Nacional das Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico (cofinanciado pelo COMPETE 2020, Lisboa 2020, Algarve 2020) vai ser possível reforçar a infraestrutura desta rede.
A Rede RCTS é a rede académica nacional, que garante a interligação e o acesso à Internet por parte da comunidade de ensino e investigação. Graças a este investimento na ordem dos 17,2 milhões de euros, vai ser possível garantir a capacitação gradual da rede em múltiplas ligações a 100Gbps. A conclusão do projeto RCTS100 está prevista para setembro de 2021.
O impacto dos upgrades
No total, nove entidade do Ensino Superior vão ser abrangidas por este projeto, vendo assim reforçadas as suas ligações: Instituto Politécnico de Bragança (IPBraçança), Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), Instituto Politécnico de Viseu (IPV), Instituto Politécnico de Tomar (IPTomar), Instituto Politécnico da Guarda (IPG), Universidade da Beira Interior (UBI) e Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Graças a este upgrade, é possível a estas instituições de ensino superior garantir o reforço e atualização nas respetivas redes locais. Para além de funcionar como um acelerador dos planos tecnológicos existentes, este reforço permite também uma utilização mais eficiente da infraestrutura disponibilizada pela RCTS.
Este upgrade é possibilitado pelos vários investimentos realizados nas entidades abrangidas pelo projeto RCTS100, como o update tecnológico das redes locais, através do aumento da capacidade de comutação das redes para 10Gbps ou 100Gbps, da atualização e alargamento das rede Wi-fi (eduroam) e do reforço dos equipamentos de segurança.
As mudanças implementadas terão reflexo na capacidade das instituições para acomodar o aumento do tráfego originado pelo maior número de dispositivos ligados à rede e pela implementação de metodologias de ensino a distância – nomeadamente, a maior utilização de serviços de streaming (quer em contexto de sala de aulas, como no desenvolvimento de trabalhos e projetos de investigação).
A tecnologia ao serviço da Educação
O projeto RCTS1000 resultará na disponibilização de uma rede de elevada performance e qualidade para as instituições abrangidas pelo projeto. Com a disponibilização desta infraestrutura, pretende-se também incentivar o uso da tecnologia na sala de aula, como forma de melhorar a aprendizagem. Por outro lado, no que diz respeito à produção científica, a disponibilização desta nova infraestrutura irá potenciar a participação em projetos de investigação com elevados requisitos de conectividade.
De igual forma, ao nível do backbone da rede académica, foi já garantida a ativação de novas rotas em fibra ótica, de forma a criar dois anéis: o anel da Beira Litoral (IPLeiria e IPTomar) e o anel do Alto Alentejo (UÉvora, IPPortalegre, IPSetúbal, IPCasteloBranco e IP Santarém). Como resultado, estas 7 entidades da RCTS beneficiam agora de um acesso à rede académica e à internet, no geral mais resiliente, pois passaram a ter disponíveis duas possíveis rotas de acesso à rede.
Em termos de comunicação, estes anéis constituem uma vantagem do ponto de vista da redundância da rede, visto que uma falha grave num dos pontos do anel não se traduz na quebra de conectividade de qualquer uma das entidades servidas por esta infraestrutura. Assim, a ampliação da infraestrutura de fibra ótica da RCTS contribuirá também para a melhoria da resiliência da rede, face a cortes acidentais de fibra ótica.
Combater o digital divide
Os primeiros upgrades do projeto RCTS100, inaugurados a 13 de novembro, no Instituto Politécnico de Bragança e na Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, consistem num aumento de 2Gbps para 10Gbps. Ao resultarem num aumento de velocidade de 400%, bem como a capacitação da rede interna, estes melhoramentos assumem-se como passos significativos para a quebra do digital divide, diminuindo a diferença existente entre o litoral e o interior do país no acesso tecnológico.
Para além da inauguração do projeto RCTS 100, foi ainda assinado um protocolo de cooperação entre a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e a UTAD, para a instalação de um Centro de Competência em Computação Avançada nesta instituição de ensino superior, uma iniciativa inserida no programa INCoDe.2020. Depois da criação desta infraestrutura, a UTAD passará a integrar a Rede Nacional de Computação Avançada, o que vai permitir alargar ao interior este reforço da produção científica nacional no domínio das competências digitais avançadas, inteligência artificial e big data, em várias áreas do conhecimento.
* Projeto cofinanciado pelo Programa Operacional de Assistência Técnica, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional