Saiba mais sobre o conceito de Ciência Aberta e os esforços desenvolvidos pela Unidade FCCN da FCT para a implementação dos seus princípios.

Uma melhor Ciência, com maior capacidade de enfrentar desafios globais e em que a Sociedade confia de forma mais plena. É esta meta prevista pelo conceito de Ciência Aberta, um conjunto de princípios que pretende, como o nome indica, garantir a abertura dos resultados de investigação, facilitando o acesso aos mesmos. “A Ciência Aberta tem como objetivo transformar a Ciência através de ferramentas digitais e redes, tornando a investigação mais aberta, global, colaborativa, criativa e próxima da sociedade”, destaca a Comissão Europeia, no seu site.

Tendo em conta a importância destes objetivos, os princípios de Ciência Aberta têm sido vistos como prioritários no desenho de políticas europeias nas áreas da Ciência e Conhecimento. É possível encontrar um exemplo claro desse compromisso no novo modelo de contrato para financiamento implementado pela Comissão Europeia no programa Horizon Europe, que estabelece as condições base para garantir financiamento europeu, até 2027. O documento dá corpo à relevância política deste tema, estabelecendo os princípios de Ciência Aberta como “o modus operandi” deste processo.

Mais recentemente, a Comissão Europeia e a Associação EOSC (European Open Science Cloud) anunciaram o estabelecimento de uma parceria com vista à implementação desta plataforma de dados de investigação comum que visa agregar informação pesquisável, acessível, interoperável e reutilizável. A Comissária Europeia da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Marya Gabriel, considerou que esta solução vai permitir aos investigadores “encontrar, criar, partilhar e reutilizar formas de conhecimento digital”, que levarão a “novas pistas e inovações”, bem como “maior produtividade e reprodutibilidade”.

Mais do que um esforço europeu, as iniciativas de promoção da Ciência Aberta têm-se registado em todo o Mundo. Em 2019, a UNESCO decidiu desenvolver um documento internacional de normalização sobre Ciência Aberta, que deverá ser aprovado pelos 193 estados membros em novembro deste ano. O relatório preliminar propõe um conjunto de ações conducentes a uma operacionalização justa e equitativa da Ciência Aberta.

Em Portugal, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através da sua Unidade FCCN, tem vindo a desenvolver esforços para a promoção e implementação dos princípios de Ciência Aberta, sendo a organização mandatada para representar os interesses de Portugal no seio da associação EOSC. Conheça algumas das iniciativas desenvolvidas pela Unidade FCCN neste domínio.

5 iniciativas em Ciência Aberta da unidade FCCN

#1 Transformação Digital na Investigação

A Unidade FCCN está a desenvolver, desde o início de 2020, um trabalho na área da Transformação Digital na Investigação, com vista a reforçar o investimento na área da ciência aberta a nível nacional, em particular na gestão de dados de investigação. O projeto, que inclui financiamento do COMPETE (Fundo Social Europeu), tem data prevista de finalização em dezembro de 2022, sendo visto como um reforço “no investimento que a FCT tem vindo a fazer nos últimos anos em gestão de ciência”.

Para saber mais consulte a página sobre projeto.

#2 PTCRIS

As actividades desenvolvidas no âmbito da Ciência Aberta resultaram também em iniciativas como o PTCRIS, um programa estruturante que facilita os processos de gestão, produção e acesso a informação sobre a atividade científica nacional. A partir deste conceito-base, o PTCRIS está a criar um “ecossistema aberto” que envolve agentes do mundo da investigação científica, mundo empresarial, ensino ou media e que, em consonância com os princípios de Ciência Aberta, assenta no “acesso facilitado a informação autoritativa, completa e fidedigna”.

Para saber mais sobre o PTCRIS, consulte o site do serviço.

#3 CIÊNCIA ID

A mesma lógica de transparência e acessibilidade está na base da criação do CIÊNCIA ID, uma forma de identificação individual e permanente para os cidadãos que desenvolvem atividade científica, reduzindo a burocracia, reutilizando informação e facilitando o acesso a informação dispersa em várias plataformas. Através deste serviço, os investigadores passam a possuir uma conta única que permite autenticação em vários outros serviços que procuram também, por sua vez, implementar boas-práticas de Ciência Aberta.

Para saber mais sobre o CIÊNCIA ID, consulte o site do serviço.

#4 CIÊNCIAVITAE

Um dos serviços incluídos no CIÊNCIA ID é o CIÊNCIAVITAE, o sistema nacional de gestão curricular de Ciência. Através deste recurso, foi possível, desde logo, modernizar os processos administrativos suportados por partilha de um curriculum vitae. Uma vez que funciona como um repositório integrado, este serviço gerido pela Unidade FCCN tem um impacto direto na materialização dos princípios de Ciência Aberta, aproximando os cidadãos da investigação científica. Até ao momento, estão registados na plataforma cerca de 65 mil investigadores, que já publicaram mais de um milhão de artigos.

Para saber mais sobre o CIÊNCIAVITAE, consulte o site do serviço.

#5 RCAAP

A ligação entre o RCAAP – Repositórios Científicos de Acesso Aberto e os princípios de Ciência Aberta fica clara na própria designação deste portal. O seu objetivo é a recolha, agregação e indexação de conteúdos científicos existentes nos repositórios institucionais de instituições de ensino superior ou outras organizações do mundo da investigação e desenvolvimento. Esta informação é depois disponibilizada neste portal gerido pela Unidade FCCN que se assume, assim, como um ponto único de pesquisa, descoberta, localização e acesso a milhares de documentos de carácter científico e académico.

Para saber mais sobre o RCAAP consulte a página do serviço.

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